segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bus


Despertar para a segunda-feira é algo de extrema complexidade! Maldito despertador!!! Mais parece uma gralha… na verdade não importa o som que lhe atribuímos, uma canção de embalar, um funk tresloucado ou um clássico do Beethoven… a reacção é sempre a mesma – agonia pura que se manifesta no estômago como faca afiada!

Uma vez de pé a coisa fica mais fácil! O obstáculo maior já foi ultrapassado… ou pelo menos achamos que sim…

O dia começa normal, pequeno-almoço, vestir e aos poucos começo a sentir uma certa boa disposição… até que ele surja… o autocarro! Um veículo que foi criado com o intuito de ajudar os pobres coitados que não têm ou ainda não tiveram a oportunidade de ter o seu próprio meio de transporte… aquele que provavelmente terá ar condicionado, música, cadeira confortável…eu faço parte desse grupo maioritário de pessoas que ainda não teve essa sorte.

Actualmente, como está na “moda” o aquecimento global o nosso digníssimo “amigo” (não é assim que dizem? Amigo do ambiente?) é chamado para desempenhar a função de ajudar a combater este tão falado fenómeno global! Resumindo, colocamos essas pessoas que "graças a Deus" não têm um carro dentro do “amigo” e salvamos o planeta!

O resultado é simples e visível: Sardinha na lata! Enfrentar um autocarro é como enfrentar uma emboscada de búfalos que perderam o controlo e correm desalmadamente! Quando entramos no “amigo” temos duas hipóteses: Ou ele encontra-se vazio e temos de enfrentar um trajecto verdadeiramente malabarístico… eu diria até típico de um surfista! O desafio aqui é o equilíbrio! Mal a porta fecha-se, os nossos "bem-dispostos" condutores aceleram e daí … é contigo! Até chegar à cadeira mais próxima há que ser perito em equilíbrio e enfrentar as mais belas curvas e travagens que o rally mundial já assistiu!

Outra hipótese é ele já se encontrar absurdamente lotado e termos de lutar como tubarões para conseguir uns míseros centímetros quadrados de chão onde possamos permanecer imóveis até o nosso tão esperado destino! No entanto esta hipótese também é perigosa… é que aqui na maioria dos casos deparamos com autênticas armas humanas, mas digo humanas mesmo, no verdadeiro sentido da palavra! Alguém achou que por viver num país livre e independente faz da vida o que quer e os hábitos de higiene que se lixem! E como estamos todos esmagados uns aos outros já agora porque não partilharmos esses “aromas maravilhosos” todos juntos? E permanecemos ali num estado de sufoco até que chegue finalmente a nossa tão esperada e sonhada paragem. Descemos e seguimos em frente. Ao fim e ao cabo, sempre valeu a viagem… salvámos o planeta!

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